
Geração Z: a geração que reúne os nascidos entre 1995 e 2010, com idades hoje entre 28 e 13 anos. A sua maior característica é ser nativa tecnológica, ou seja, a geração que já nasceu inserida em um ambiente em que a presença da internet já era onipresente, ofertando acesso instantâneo e excesso de informações. É uma geração extremamente envolvida com questões sociopolítico-ambientais, que vem ditando novas regras sociais a partir da sua chegada na vida adulta. Mas como se comportam em relação às finanças?
Uma pesquisa realizada em 2019 pelo SPC, Serviço de Proteção ao Crédito, junto à Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e ao SEBRAE, feita com jovens que na época tinham entre 24 e 9 anos de idade, concluiu que 47% não realiza o controle das finanças pessoais (47%). Dentre as justificativas, estão: não saber fazer (19%), sentir preguiça (18%), não ter hábito ou disciplina (18%) ou não ter rendimentos (16%). De outro lado, 53% respondem que controlam as próprias receitas e despesas.
Em relação às suas ocupações, 78% dos entrevistados dizem ter alguma fonte de renda, e desse número, 36% trabalham no regime de CLT, e 23% são trabalhadores informais. 22% deles dizem não ter rendimento algum. 65% da Geração Z contribui para o sustento dos seus lares, levando em conta os gastos mensais pagos com o próprio dinheiro, enquanto 11% dizem que outros indivíduos são responsáveis pelas suas contas.
Na época da pesquisa, as despesas mais comuns foram com alimentação (51%), roupas, calçados e acessórios (43%), produtos de higiene e beleza (34%), TV por assinatura ou internet (31%) e contas de serviços básicos como água e luz (27%).
Curiosamente, os indivíduos que são legítimos nativos digitais, nascidos em meio a tecnologia, se mostram conservadores nos investimentos. A pesquisa ainda revela que dos 52% que possui dinheiro guardado, a maioria investe em opções de baixo rendimento ou guarda os valores em casa (25%) ou em conta corrente (20%).
33% deles guardam dinheiro pensando em imprevistos futuros, 21% em viagens e 19% poupa pensando na casa própria. 51% dos entrevistados que não poupam nada afirmam que não sobra dinheiro para guardar, 22% assumem que não têm disciplina para guardá-lo e 19% se sentem sem estímulo para economizar, já que o valor que sobra é muito reduzido para investirem no longo prazo.
E quando o assunto “longo prazo” vem à tona, quando questionados sobre aposentadoria, os dados demonstram o imediatismo da geração: 75% não se preparam ainda para a aposentadoria. Dos que se preparam de alguma forma, o método mais comum é a aplicação em poupança (26%), o INSS pago pela empresa (21%), a Previdência Privada (21%), a abertura do próprio negócio (21%) e o INSS pago de forma autônoma (19%).
Dos jovens que estão se preparando para aposentadoria, a pesquisa apontou que, curiosamente, 22% o fazem por se espelharem em exemplos negativos, ou seja, de pessoas próximas que não se prepararam para a aposentadoria e agora vivem problemas financeiros, e 18% se espelham em exemplos positivos, de pessoas que economizaram e agora vivem bem seus períodos como aposentados. 35% sempre se consideraram precavidos, por isso contribuem para a própria aposentadoria. Dos que não estão se preparando, 27% justificam não ter renda para isso, 27% acreditam que ainda é muito cedo para pensar no assunto, 24% afirmam que não sobra dinheiro e 21% sequer sabe como contribuir.
Um dado que chama muito a atenção é o de que 3 em cada 10 entrevistados admitem que a forma com que gastam o próprio dinheiro é motivo para brigas e discussões frequentes com os familiares (pais ou cônjuges). 56% admitem ceder a impulsos quando desejam muito adquirir algo, 47% dizem se perder na medida de quanto podem gastar em atividades de lazer e 34% dizem gostar de ter as mesmas coisas que os amigos têm.
4 de 10 jovens já estiveram com o nome negativado, justificando pela perda do emprego (24%), por não terem planejado bem os próprios gastos (21%) e por ter emprestado o nome para terceiros (20%).
Todos esses dados reforçam uma necessidade que é maior que tudo nesse momento: a da educação financeira. Os jovens precisam aprender sobre a importância de poupar, investir e organizar as finanças. A educação financeira, do contrário do que muitos pensam, não é chata, que dirá monótona: ela instiga o desenvolvimento de qualidades fundamentais, como autocontrole, responsabilidade social, visão analítica e disciplina.
Conhece alguém da Geração Z? Você pertence a essa geração? Então busque aprender e entender sobre o dinheiro, o mercado financeiro, o que ele pode fazer por você no futuro e você por ele no presente. O mundo precisa disso.
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